--> Me, myself and I...: janeiro 2005

sábado, janeiro 22, 2005

Quero

Quero ser adulta, quero ser criança… quero ser humana. Quero sentir-me a transpirar esta melancolia…
Quero ser os olhos de um gato, quero ser o seio de uma mulher, o pescoço de um homem… o sorriso de uma criança… a lágrima de uma lua… quero sentir a dor a diluir-se e a escorregar pelo meu corpo, ardendo o chão que a recolhe. Quero apagar esta fogueira que arde impiedosamente nos meus olhos…
Quero ser as palavras dum poema, ou a mensagem da prosa…
Quero ser Pessoa para escrever aquilo que sinto apenas com o pensamento. Quero ser o violino de uma ópera, quero ser as cordas de uma guitarra…
Quero ser eu, mas quero estar viva…
Rachel Kraft

terça-feira, janeiro 18, 2005

Mais um dia..

Respiro este ar poluído que a vida me tem oferecido ultimamente. Soluço cada pedaço de dor que me passa pela garganta, cortando-a... Choro cada suspiro que vem de dentro. Escrevo para esquecer aquilo que teimo em lembrar-me, em sentir, em viver. A lua não tem mais a minha chave, eu tenho-a na mão, apenas não sei que posição tomar com ela. É como se de repente deixasse de poder andar, de poder ver, de poder falar... Sinto-me como uma pessoa voltada para uma parede branca, ou melhor, para uma parede transparente sem qualquer ponto onde me possa agarrar...
Sinto as minhas mãos numa constante mudança de temperatura que me magoa. Sinto os nós dos dedos a ficarem cada vez mais escuros, como se fosse a minha velhice a bater à porta. Mas sou tão nova…
As pernas tremem ao som das lágrimas a escorrem pelos ombros, pelos seios, pelo umbigo, para o chão sujo onde explodem e onde se diluem as palavras caídas e as deitadas fora propositadamente…

segunda-feira, janeiro 17, 2005


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quinta-feira, janeiro 06, 2005


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Pobreza interior

Não há uma razão concreta para este rasgão que sinto em mim.. Não há cor que defina o que sinto nem sabor que esclareça estas lágrimas teimosas..Não há nada que chore mais profundamente que este vazio que mora cá dentro, ou , antitéticamente, este explodir de coisas incógnitas que sinto diluídas em mim..
È um surrealismo abstracto este grito interior que ninguém ouve, que ninguém sente vibrar, que ninguém sente chorar..
Respiro por uma frecha bem apertada, quase sufocando... o céu já nem nasce azul... é tudo um contraste sépia e branco..e até o mar, que tornava meus pensamentos fortes e altivos e que agora os rasga...
Sinto-me como se devesse dizer tudo o que tenho para dizer a todas as pessoas a quem devo palavras..
Prevejo que a vida me deve algo que dificilmente me pagará..
As lâminas afiadas por onde caminho fazem-me sentir que poderiam esfaquear-me agora que não sentiria qualquer dor..